no BRASIL

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A exploração de cânions no maciço dos Pirineus, por Edouard-Alfred Martel, considerado o pai da espeleologia, marca na França o berço da prática. O Canionismo que conhecemos hoje começou no final da década de 1970, após o desenvolvimento das técnicas de exploração de ambientes verticais e conhecimento de águas vivas.  Hoje em dia evoluiu para caminhos próprios tendo como referencial os esportes verticais e os praticados em águas vivas, como a Espeleologia e o Caiaque em Corredeiras.

No Brasil, a origem do canionismo não é determinada com precisão, pois há muito tempo praticam-se atividades que apresentam alguma semelhança com o esporte, como por exemplo, as travessias realizadas nos cânions da Região da Serra Geral, na fronteira dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, desde meados do Século XX. Fazendeiros e criadores de gado, para conseguirem um terreno bem irrigado para a agricultura ou criação de animais, buscavam, apesar do difícil acesso, a menor das pradarias cruzadas por um curso d’água, aumentando, dessa forma, a superfície de suas terras. Por inúmeros motivos, o homem adentrava as gargantas mais sinuosas e inacessíveis em busca de subsistência ou simplesmente por espírito desbravador, mesmo que isso representasse grande perigo.

  • Em meados de 1987, a SBE – Sociedade Brasileira de Espeleologia promoveu no PETAR-SP o Ciclo de cursos de Espeleologia Vertical, convidando o Espeleólogo e Resgatista Giovanni Badino (CNSAS – Corpo Nacional de Socorro Alpino Espeleológico). Esse evento impulsionou definitivamente a espeleo-vertical no país.
  • Em 1988, Badino retornou ao Brasil, dessa vez em Minas Gerais no 1º Congresso de Espeleologia da América Latina e Caribe. O Espeleólogo italiano mostraou uma nova atividade, que naquela época era chamada de “espeleologia a céu aberto”  e estava em pleno desenvolvimento, sendo praticada por Franceses, Espanhóis e Italianos. O paulista Carlos Zaith fica extremamente interessado pela novidade.
  • No ano seguinte em 1989, aconteceu o Simpósio Sul Brasileiro de Espeleologia (Curitiba PR). No pós-­encontro e expedição formada por Carlos Zaith, Paulo Roberto de Oliveira, Nelson Bareta Filho, Geuis Soares, Wagner Guerra e o Francês Didier exploraram o Rio Quebra Perna, sendo os primeiros a realizar o famoso rapel na Cachoeira Buraco do Padre em Ponta Grossa-PR. Marcando dessa forma o início do Canionismo Moderno no Brasil.
  • A partir desse momento houve um interesse muito grande por essa nova atividade, que pouco tempo depois, passaria a ser conhecida no Brasil por “Canionismo”. Surge a equipe Canyon Inc. de Porto Alegre RS em 1990. Nesse mesmo ano iniciaram-se as explorações na Chapada Bandeirantes – SP pela Equipe H2homem. A mídia televisiva conhece o Canionismo e várias matérias são veiculadas.
  • Iniciram-se em 1994 as operações comerciais em Brotas e região SP. Surgiu o turismo de aventura na Chapada Bandeirante e a cidade de Brotas tornou-se referência da modalidade.
  • 1995 A EFC – École Française de Descente de Cânion ministrou um curso para formar Monitores no Brasil. Esse curso marcou a primeira grande evolução do Canionismo Brasileiro.
  • 1998 – Surgiu a ACASERGE – Associação de Cânions da Serra Geral, em Porto Alegre RS,  primeira associação de Canionismo do país. Nesse mesmo ano os franceses retornaram para a Serra Geral e ajudam na exploração de alguns cânions, marcando assim o intercâmbio Brasil e França.
  • No ano de 2001 por iniciativa de Carlos Zaith, aconteceu uma reunião de praticantes de várias partes do Brasil, que foi sediada na  Chapada dos Veadeiros. Os participantes tiveram a oportunidade de descer o Cânion do Raizama. Dessa reunião surgiu a ABCânion – Associação Brasileira de Canionismo e se deu  início a uma série de  Encontros Anuais de Canionismo em vários locais do país.
  • Em 2003, durante o III Encontro Brasileiro de Canionismo em Canela (RS) foi firmado o convênio de cooperação Acaserge/ ABCânion/ IBAMA. O objetivo era viabilizar a prática de Canionismo dentro da Unidade de Conservação – Parque Nacional da Serra Geral – RS.
  • Em 2004 surgiu a AMICANION – Associação Mineira de Canionismo, com atuação mais marcante no sul de Minas Gerais. Nessa época foi divulgado o Canionismo de Altitude com Grandes Verticais. Ainda nesse ano, iniciou-se a discussão com o MTur sobre a profissionalização e certificação da atividade comercial. Mais tarde, membros da ABCANION teriam papel fundamental para a elaboração da Normatização de Canionismo e Cachoeirismo MTur/ABNT.
  • A Invasão Espanhola de 2005 em Baependi, durante o Encontro Brasileiro, marcou a segunda grande evolução da prática no Brasil. Foram mais de 15 dias de intercâmbio, palestras, explorações e muitas vivências.
  • Por Convite da ABCanion, Patrick Gilmat, ex-Instrutor da EFC foi escolhido para fazer a formação de: Instrutores, Monitores e Monitores Auxiliares, durante o Encontro Brasileiro de Canionismo em São Miguel do Oeste,2007. Ainda em 2007, brasileiros participaram do RIC – Rendez-Vous Internacional Cânions na Grécia.
  • Em 2008 um grupo de brasileiros promoveu o intercâmbio com Canionistas do mundo inteiro no RIC Vercors. Eles  passaram 30 dias descendo Cânions, participando de reuniões e palestras. Apresentaram fotos e vídeos de Cânions do Brasil e assim o mundo conheceu o Canionismo Nacional.  nesse mesmo ano foi aprovado a prática experimental e ordenada do Canionismo no Cânion do Malacara RS.
  • Em 2011 foi fundado o GBCAN – Grupo Brasileiro de Canionismo, uma  associação sem fins lucrativos, com o objetivo de desenvolver o canionismo esportivo no Brasil.
  • Em 2012 o GBCAN organizou dois grandes eventos:1) Rendez-Vous Internacional Canion, o RIC Brasil 2012: por mais de dez dias, cem canionistas vindos de dez países diferentes conhecem os Cânions da Região da Serra da Canastra e a Cidade de Delfinópolis é a sede do evento;2) Curso para formação de Monitores do GBCAN pela EFC – École Française de Descent de Canion, ministrado pelos instrutores Laurent Poublan e Christophe Buchye da EFC. Estreitando ainda mais os o laços com a EFC.
  • Em 2013, durante o RIC – Ilha da Madeira, membros do GBCAN por convite da EFC participaram de reunião com diversas Associações e Federações de distintos Países. O Objetivo era conversar sobre a formação da Primeira Associação de Canionismo Esportivo Internacional. Por vários motivos e problemas a ABCânion é desmobilizada.
  • Em 2014 foi formada a IAAC Internacional Amador Association Canion, durante o RIC Mallorca. O GBCAN esteve presente e é  membro fundador e representante do Brasil no Canionismo Internacional. Atualmente a IAAC é composta por Pessoas Jurídicas Esportivas de 11 Países diferentes (Franca, Espanha, Estados Unidos, Brasil, Alemanha, Grécia, Nova Zelândia, Japão, Áustria, Holanda e Irã).
  • Em 2015 o GBCAN é convidado a Compor o Conselho Consultivo do Parque Nacional do Intendente com o objetivo de viabilizar a prática do “Canionismo Esportivo” dentro de uma unidade de Conservação de forma organizada e sustentável e auxiliar nas pesquisas e acessos ao parque.  Nesse mesmo ano ocorreu a retomada dos Encontros Nacionais pela Canionismo.com. e foi realizadoo XIII Encontro Brasileiro em Brasília/Goiás. A IAAC passou ser a instituição que promove o RIC – Encontro Internacional de Canionismo (mais importante encontro de praticantes esportivo).
  • Em 2016 muitos cursos foram ministrados e surgiram diversos novos praticantes. A atividade que ficou desordenada por vários anos voltou a crescer. Águas da Prata realizou o XIV Encontro Brasileiro. A IAAC se tornou-se uma Federação IFC (Federação Internacional de Canionismo).
  • Em 2017 O GBCAN Realizará em Passos a II Reunião de Bucainistas Brasileiros. Na Serra da Mantiqueira  e também acontecerá o XV Encontro Brasileiro em Caxambu. Novos Canionistas irão surgir.

A importância de Carlos Zaith para o Canionismo Brasileiro vai além de introduzir e acreditar na atividade. Até os dias de hoje o “Véio”, como era carinhosamente chamado pelos amigos, continua sendo o maior agregador, promotor, incentivador e sonhador do esporte. Assim como Martel, podemos chamá-lo de pai, “Pai do Canionismo Brasileiro”

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Uma resposta a no BRASIL

  1. Silvia diz:

    Fantastico conhecer a paixão de desbravadores e sua seriedade ao passar conhecimentos, que levam a outros ajustarem ao passar dos anos , a necessidade da atualização da atividade conscientemente.

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